Palavras ao vento #2
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Textos escritos durante o curso de Escrita e Narrativas com o Henry Bugalho
Hoje ainda nem tinha terminado meu café e tinha recebido uma foto do meu irmão, de alguns anos atrás.
Estávamos sentados no bar, tomando nossa primeira cerveja em Castelraimondo juntos, com o sorriso no rosto e sem nem imaginar como seria nosso futuro.
Passamos exatos 100 dias nessa cidadezinha na região do Marche, na Itália. Decidimos fazer o reconhecimento da nossa cidadania e estudar mais a língua e a cultura italiana.
Chegamos lá com uma mala de 23kg e uma mochila nas costas, cheios de curiosidade e expectativas do que viria a ser aquele tempo juntos. Não sabíamos nem mesmo se voltaríamos para o Brasil, minha vontade era de não voltar, mas certas decisões não são tão simples assim de se tomar.
Agosto, nosso primeiro mês.
Segunda vez que eu ia para aquela cidade e escola, segunda vez do meu irmão também. Esse mês foi de tirar o fôlego! Passou tão rápido, mas foi tão intenso que parece ter acontecido coisa de um ano em 31 dias apenas.
Dividimos o apartamento com a Anna, e dizemos que encontramos a nossa irmã ucraniana! Lembro que nós conversávamos em italiano e meu irmão usava uma mistura de inglês e italiano com ela, mas a língua não é que importa tanto, o que importa é que foi muito especial surgir essa amizade do jeito que foi!
Chegou Setembro e com ele a vontade de passar uma semana em um outro país. Eu e meu irmão fomos para a Bélgica, ficamos uma semana se não me engano, Bruxelas e Antuérpia. Lembra Marcos da quase tatuagem em Antuérpia depois de sair do pub?
Foi na Bélgica, já para o final da semana que começamos a comentar da saudade que estávamos sentindo de casa, não do Brasil, mas sim da Itália.
Aliás, esqueci de comentar, mas quando chegamos em Roma, nós dois comentávamos o quanto nos sentíamos em casa, costumávamos dizer que era como se a gente tivesse ido para uma outra cidade no Brasil, de tão à vontade estávamos nos sentindo.
Pois bem, da Bélgica para a nossa casa de volta, e ali por volta da metade de Setembro, já estávamos ansiosos pela cidadania, pelo que iríamos fazer depois. Ali, ambos já sabiam que não voltariam para o Brasil. Queríamos…