Pensamentos soltos #2

Juliana Cristina
3 min readMar 28, 2020

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Nesta série você encontrará devaneios escritos em algum caderno que carrego comigo pelo mundo.

St. Stephens Green, Dublin.

Sentei em um banco aqui, desta vez não tão perdida nesta ilha gelada do hemisfério norte.

Sinto um abraço morninho do sol das 8pm no meu rosto, quase que querendo disfarçar a saudade que sinto de casa, da família e de mim.

Quase duas horas de conversa com a minha avó. Morro de saudades dela; é sempre gostoso voltar às origens e ouvir ou recordar de algumas histórias. Talvez eu comece a trabalhar em uma confeitaria/café vó, aí vou precisar da sua ajuda com dicas para novas receitas!

Acredito que seja com todo mundo que decide ir morar longe, pode ser clichê, blasè, seja lá o que, mas é incrível como nos descobrimos quando nos jogamos no mundo.

Ter que lutar com a saudade constante é um exercício diário de paciência. Lutar não sei se é a palavra certa, talvez aprender a conviver com ela seja o jeito melhor de dizer.

Geralmente coloco um jazz, acendo uma vela, pego meu caderninho e jogo meus pensamentos ali, no meu cantinho temporário.

Hoje, depois de alguns meses, me senti pertencente à esta cidade, e por isso, sentei em um banco dentro de um dos parques para sentir o restinho de sol tocando meu rosto e colocar algumas palavras aqui. Completamente fora da minha zona de conforto. Pode ser inspiração do Oscar Wild, talvez. Tem uma estátua dele aqui pertinho de mim.

Se paro para observar o céu, vejo que nem as nuvens sossegam aqui; basta um piscar de olhos ou um suspiro para sumir o azul e ver o cinza das nuvens.

Não sei se é por conta da história, mas até a natureza carrega o peso de tudo aqui. Ela é leve, tem seus momentos de beleza, mas acaba sempre despontando sua melancolia e tristeza.

Estamos a pouquíssimos dias do verão começar, aí lá no fundo consigo ouvir um monte de cantos de passarinhos, gente conversando e rindo. Como faz falta isso!

Sandymount, Dublin.

Me lembro que sempre praguejei o calor, e hoje faço qualquer coisa por uma esmolinha dele. Faz 11 graus e tem sol?! Consegui ficar de pés descalços!

Se chegou até aqui, obrigada pela sua leitura. Se gostou e quiser compartilhar, agradeço :)

Neste link você pode ler também meu breve ponto de vista sobre o que tenho vivido aqui em Dublin nos tempos de Corona Vírus.

Ou clicando aqui, um ponto de vista de um brasileiro que vive na Itália.

Se quiser descontrair, pensamentos soltos #1 aqui ou em italiano qui.

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Written by Juliana Cristina

Runner, photographer and in love with words and languages - @run.julirun and @brasiland on Instagram.

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